segunda-feira, 5 de março de 2012

RENOVAÇÃO, INOVAÇÃO E OS CICLOS POLÍTICOS


Empresas acostumadas com ambientes instáveis e concorrência de mercado acirrada volta e meia discutem renovação e inovação.  São dois daqueles ditos jargões da teoria da administração. Renovar significa substituir por mais novo, transformar, pôr-se a par das coisas novas, progredir e reestruturar. Inovar, por sua vez, significa introduzir algo novo, inventar e criar. Triste é que quase nunca ouvimos estes termos quando discutimos política.

Analise os significados dos verbos acima: renovar e inovar. Algum deles lhe parece negativo? Você acharia ruim um governante capaz de renovar e inovar?

A Constituição Federal de 1988 nos resguardou um direito muito especial, de a cada quatro anos escolher nossos governantes com voto direto. Dez anos após, em 1998, foi permitida a reeleição. Desde então tivemos dois Presidentes reeleitos,  porém o povo gaúcho fez jus ao seu hino – “… Sigam  nossas façanhas, de modelo a toda terra…” – não reelegendo nenhum Governador até hoje. Os ciclos políticos, aqui no estado, tendem a ser mais curtos, que bom.

O perpetuamento de correntes filosóficas no poder, seja ela esquerdista ou direitista, socialista ou capitalista, trabalhista ou progressista, ...ista, ...ista, ...ista, faz mal. A mudança de partidos no poder é salutar para os interesses da cidade, do estado, do país e da sociedade como um todo. É a alternância que oportuniza mudar o que está ruim e manter o que está bom. É por meio da alternância no poder que se consegue fazer uma efetiva fiscalização dos atos e fatos ocorridos no ciclo anterior; um ciclo pode ser dito como anterior apenas quando caracterizada a  entrada de um diferente quando comparado ao antecessor.]

A renovação dos partidos que governam faz com que a cada ciclo se acirre o espírito de superação do gestor público, pois é inerente do ser humano querer fazer mais e melhor do que o outro. Porém, quando se tem o ostracismo do poder, aí então o relaxamento – também natural do ser humano – toma conta, levando a administração toda à chamada “zona de conforto”, contaminando o funcionalismo público por inteiro. O povo gaúcho parece que entende bem ao que me refiro.

Renovando, a inovação entra em cena ao natural. Novas cabeças, idéias, maneiras de se enxergar os problemas, formas de se resolver as questões, outras pessoas administrando o município, o estado e o país, trazem ânimo e ritmo para a máquina pública.

E é a intercalação dos partidos políticos que governam que permite então a oxigenação de novas idéias, para que se invente, crie e se introduza métodos diferentes. Apenas a renovação de pessoas e filosofias, um dia entra um, outro dia sai outro, permite a inovação de fato. Os ciclos podem ser mais curtos de 4 anos – quando o governo é ruim - ou mais longos de 8 anos – quando o governo é bom– mas, concluo eu, não devem passar disto.

Marcelo Buz
Secretário-Executivo JPMDB-RS

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